Entendendo e Prevenindo a Osteoporose

O conhecimento por parte da população sobre a osteoporose inicia-se pelo entendimento de como o corpo absorve e estoca o cálcio durante toda a vida.

Conhecer e entender esses mecanismos faz com que seja possível prevenir e tratar essa condição que tanto preocupa a população mundial.

Entendendo sobre o cálcio

O ser humano retém, acumula e armazena cálcio principalmente durante as três primeiras décadas de sua vida, atingindo o máximo na terceira, para os homens, e na segunda, para as mulheres.

Parte desse cálcio, contido nos ossos, é diariamente removida e novamente depositada, promovendo uma verdadeira reciclagem durante toda nossa existência. Nesse processo, a quantidade de cálcio vai lentamente diminuindo com o avançar da idade.

Diversas situações e hábitos de vida podem contribuir para a perda de cálcio: medicamentos de uso contínuo, como alguns antidepressivos, anti-hipertensivos e corticóides, utilizados no tratamento de doenças crônicas; a cafeína, presente no café, no chá preto, no chocolate e nos refrigerantes; e a nicotina e o tabaco dos cigarros.

A presença, em quantidades normais, do hormônio estrogênio nas mulheres e da testosterona nos homens é extremamente importante na manutenção dos níveis de cálcio do organismo, motivo pelo qual a mulher, a partir da menopausa, deve ter um cuidado especial com relação à osteoporose.

Para manter o organismo saudável, é necessário ingerir diariamente, no mínimo, 1g de cálcio (carbonato de cálcio). Algumas fontes naturais de cálcio obtidas pelos alimentos são: tomate, berinjela, brócolis, carne, leite e seus derivados (um copo de leite = 300mg de cálcio).

A absorção de cálcio acontece no intestino e necessita da presença da vitamina D, encontrada nas frutas e verduras, e dos raios ultravioleta, ou seja, requer a exposição diária ao ambiente externo de, no mínimo, 15 minutos, mesmo em dias nublados, para que ocorra a sua metabolização.

O que é osteoporose?

A essa descalcificação natural denominamos osteopenia; porém, quando ela ultrapassa os limites esperados, torna-se uma doença conhecida como osteoporose.

A perda de cálcio, elemento que confere rigidez aos ossos, aumenta muito o risco de o indivíduo sofrer fraturas por pequenos traumas ou quedas, ou até mesmo lesionar as vértebras da coluna em razão do seu peso corporal através de microfraturas diárias.

Os ossos mais suscetíveis às fraturas por osteoporose, devido à descalcificação progressiva, são: o úmero (braço), as vértebras (coluna), o rádio (punho) e o fêmur (quadril).

Como diagnosticar?

A densitometria óssea é o exame mais indicado para avaliar a massa óssea e deve ser solicitada pelo médico em intervalos periódicos; sendo recomendável para as mulheres, de dois em dois anos, após a menopausa, e a cada ano, quando um paciente estiver em tratamento; e para os homens, conforme a necessidade e a situação da doença.

As radiografias são meios bastante eficazes para detectar possíveis alterações, porém apenas quando já houver uma perda óssea acima de 30%. Assim, as radiografias não são exames para a detecção precoce da osteoporose.

Tratamento e Prevenção

A prevenção e o tratamento da osteoporose devem começar na juventude, através de hábitos de vida regrados, alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

Não é a densitometria, isoladamente, que norteará o início do tratamento; medidas preventivas, às vezes, são instituídas para que não haja perda de massa óssea, mesmo quando a densitometria estiver normal ou apenas acusando a osteopenia.

Diversos remédios podem ser utilizados quando se faz necessário um tratamento; a maioria deles impede a perda acelerada de cálcio, porém não promove ganhos consideráveis de massa óssea.

Algumas substâncias, como o paratormônio, promovem o ganho de massa óssea, porém necessitam de indicação precisa para o seu uso devido aos possíveis efeitos colaterais.

A escolha do melhor medicamento depende de diversos fatores, daí a importância de um médico de confiança, que prescreverá conforme as necessidades e características do paciente.

Os exercícios físicos mais eficazes para a manutenção do estoque ósseo são aqueles que promovem a hipertrofia muscular, como a musculação, a ginástica da terceira idade e a hidroginástica; devendo-se associar a eles os de baixo impacto, como as caminhadas, com uma periodicidade recomendável de, no mínimo, três vezes na semana.

A eficácia do tratamento deverá ser controlada com exames periódicos de laboratório e a densitometria óssea, conforme a necessidade.

Na ocorrência de fraturas, após criteriosa avaliação, o médico poderá optar por: tratamento cirúrgico, por aparelhos gessados, por medicamentos ou até mesmo por uma combinação de todos eles, dependendo de diversos fatores, como a causa, a gravidade da osteoporose e o local da fratura.

Entender a doença para poder prevenir

Não se deve confundir a osteoporose (descalcificação) com outra patologia de nome parecido, que é a artrose (desgaste das articulações). Ambas podem estar presentes nos indivíduos idosos, porém o quadro de dor é atribuído à artrose, e não à osteoporose, que desencadeia o quadro de dor somente quando houver fraturas.

O tratamento da artrose e da osteoporose apresenta um ponto em comum: a atividade física como pilar mestre, devendo ser o objetivo inicial dos indivíduos.

Consulte o seu médico periodicamente para esclarecimentos e informações sobre a doença e o tratamento.

PRESERVE A SUA QUALIDADE DE VIDA!