Lesão do Ligamento Cruzado Anterior

Os ligamentos cruzados do joelho, em número de dois, são os responsáveis por estabilizar a articulação, no movimento de flexão e extensão (dobrar). Eles conectam o osso do fêmur ao da tíbia em forma da letra “X”.  O ligamento cruzado anterior (LCA) impede basicamente que a tíbia se desvie para  frente e o posterior (LCP) para trás.

O trauma que ocasiona a lesão do cruzado anterior geralmente é relatado como o bloqueio do pé com o joelho extendido e a rotação do corpo. Por exemplo na  disputa de bola no jogo de futebol e o chute no ar. O ligamento cruzado posterior tem sua lesão geralmente  ligada a traumas com o joelho dobrado e os acidentes motociclísticos são comuns causadores destes.

Associado ao trauma do ligamento cruzado, a lesão meniscal, a lesão da cartilagem ou dos ligamentos colaterais podem estar presentes. Caso uma ou mais destas lesões estejam presentes, o tratamento e ou prognóstico podem ser alterados. O ligamento cruzado anterior é mais comumente rompido do que o posterior.

O diagnóstico da lesão do  ligamento é feito através da anamnese (entrevista) e do exame físico. Na história o evento do trauma, da sensação de algo se romper, algumas vezes audível, do inchaço do joelho imediatamente após o entorse, com a presença de sangue se puncionado, em grande quantidade são altamente sugestivos desta lesão. Caso a lesão seja crônica (de longa data) a história do falseio é uma das características do relato do paciente.

O exame pode estar dificultado na fase aguda do trauma levando a um re exame 2 a 3 semanas após, quando a dor estiver mais branda. Radiografias são rotineiramente obtidas para afastar-se as fraturas e  outras lesões.

O exame da ressonância magnética pode ser solicitado na dúvida diagnóstica e para observar as lesões anexas.

A indicação do tipo de tratamento, cirúrgico ou não ,  está baseada em diversos parâmetros. Entre eles a idade, o nível de atividade física e lesões anexas.

Na fase aguda, a punção do joelho para esvaziar o hematoma (sangramento) intra articular, analgésicos, e o uso de muletas, assim como a reabilitação fisioterápicas são medidas clássicas tomadas inicialmente.

Para aqueles pacientes que podem ser conduzidos  com o tratamento conservador (não cirúrgico), a reabilitação fisioterápica com o reforço da musculatura do quadríceps (anterior da coxa) é o objetivo final. Este tratamento tem duração variável.

Para os candidatos ao tratamento cirúrgico de reconstrução ligamentar, na grande maioria pacientes jovens, com expectativas de retorno à atividade esportiva acentuada, ou aqueles com instabilidade grosseira, uma das diversas técnicas devem ser selecionada para a reconstrução do ligamento roto.

Diversas técnicas podem ser utilizadas, sendo as mais  clássicas, a do tendão patelar e dos tendões flexores do joelho (ísquio tibiais). Cada técnica é mais apropriada para um caso ou outro.

Estes procedimentos são realizados no intuito de :

1)    restituir a estabilidade articular, minimizando a artrose precoce

2)    corrigir lesões anexas (meniscos em especial)

3)    evitar lesões dos meniscos por sobrecarga devido à instabilidade

4)     melhorar a performance esportiva a curto e médio prazo

Na eventualidade de deformidades ósseas conjuntas a necessidade de outras cirurgias de ser cogitada como a osteotomia, que é um procedimento de corte no osso para a sua reorientação.

O procedimento pode ser realizado em fases diferentes da evolução da lesão. Normalmente espera-se no mínimo 3 semanas para a reconstrução ligamentar, a fim de evitar intercorrências.

Habitualmente o preparo da cirurgia dá-se com a fisioterapia, com o objetivo de diminuir dor, dar equilíbrio, ganhar amplitude de movimento das articulações , reforçar a musculatura e instruir a reabilitação após a cirurgia.

A cirurgia é feita por vídeo artroscopia (técnica com uma microcâmera) através de pequenos cortes na pele e de um maior na área doadora do enxerto. Excepcionalmente poderão ser necessários, cortes maiores (cirurgia aberta).

A anestesia geralmente será uma raquianestesia , uma anestesia nas costas, onde somente os membros inferiores ficam anestesiados. Uma medicação sedativa é usada para tranqüilizar o paciente.

O procedimento tem a duração de até uma hora para ser realizado.

A reabilitação começará imediatamente após com a aplicação de gelo e a cinesioterapia (movimentos) são instruídos.

Um pequeno dreno pode ser usado nas primeiras 24 horas, a fim de diminuir o sangramento pela cicatriz cirúrgica.

O uso de muletas será necessário por 2 a 3 semanas.

A reabilitação seguirá conforme e progressão dos sintomas.

Diversos meios de fixação dos enxertos são disponíveis como parafusos de metal (aço ou titânio), assim como de material absorvível. Pinos , fios de aço ou material absorvível são igualmente disponíveis.

Exemplo da técnica do uso do tendão patelar para reconstrução do ligamento cruzado anterior, fixado com parafusos de interferência.

1)    Retirada do enxerto da porção central do tendão patelar 2)    Realização dos túneis no fêmur e na tíbia para passagem do enxerto no lugar do ligamento cruzado

3)    Fixação do enxerto com parafusos de interferência

As complicações mais conhecidas da cirurgia da reconstrução ligamentar são a infecção, os hematomas,  o derrame articular de repetição, a rigidez e a falha do ligamento.

O retorno à atividade esportiva  dá-se normalmente em torno de seis meses após a operação  e o acompanhamento periódico deve ser realizado para o seguimento da cirurgia.

Exames pré operatórios de rotina são solicitados como hemograma, coagulograma e o eletrocardiograma. Na eventualidade de outras doenças os exames específicos são requisitados.

O período médio de internação é de 24 horas.

Noa – Núcleo de Ortopedia Avançada

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O Dr.Mark opera nos seguintes hospitais: Hospital Marcelino Champagnat e Hospital Santa Cruz;